Dados do mais recente REDUNIQ Insights mostram que os consumidores portugueses estão agora mais adaptados ao Estado de Emergência. Neste confinamento não houve corrida aos supermercados e as lojas de tecnologia deixaram de ser tão procuradas.

 

Abrangendo desde o quarto trimestre de 2020 até 31 de janeiro de 2021, mas tendo igualmente em conta o período entre março e abril do ano passado - altura do primeiro confinamento geral – para comparação, o 11ª relatório REDUNIQ Insights revela que novembro último, pautado pelo decretar do “Estado de Emergência” que ainda vigora, inverteu a tendência de recuperação do Retalho que se observava desde o verão.

 

Com a “liberdade” permitida no Natal, dezembro configurou-se como o mês com menor quebra homóloga desde o surgimento da pandemia: apenas -5% face a 2019. A faturação nacional observada registou um crescimento de 2% face ao ano anterior, por comparação com uma quebra de 49% na faturação estrangeira.

 

O arranque no mês de janeiro de 2021 mantinha os níveis homólogos de recuperação de dezembro. O relatório destaca que a tendência, observada também durante a primeira quinzena de janeiro, é particularmente digna de referência porque refletiu comportamentos quase normalizados de consumo num momento em que os números da pandemia cresciam de forma radical, marcando a entrada numa muito dura terceira vaga. A realidade mudou com o decretar do novo confinamento geral obrigatório.

 

Tendo como referência base a semana de 3 a 9 de janeiro, três semanas depois a quebra observada no sistema era de 30%, ainda assim menor daquela que teve lugar ao fim das três primeiras semanas do confinamento de março de 2020, que na altura ascendeu a 44%.

 

 

Novo confinamento, novos hábitos de consumo

 

O segundo confinamento geral apresenta características distintas do iniciado em março, aponta o REDUNIQ Insights, sublinhando que as categorias “fechadas” por decreto são menos e os comportamentos dos consumidores estruturalmente distintos, “porque mais habituados a viver num mundo COVID e capacitados a defender alguma continuidade dos seus quotidianos”.

 

De acordo com o relatório, quer a quebra, bastante menos incisiva do consumo, quer a ausência de “corridas” ao abastecimento, são, objetivamente, sintomas de uma sociedade que já “tem experiência” no coabitar com a COVID e os seus riscos sanitários.

 

O REDUNIQ Insights revela que os portugueses partem para este novo confinamento com uma diversificação de canais mais testada e consolidada, entre os formatos físicos que prevalecem abertos e as soluções de ecommerce e home delivery a que podem aceder.

 

A menor quebra de consumo face ao primeiro confinamento observa-se em categorias como a saúde, que com três semanas de confinamento em 2020 registou uma descida na faturação em 81% e que, agora, baixa apenas 7%, ou as gasolineiras, que passou de uma quebra de 51% para os 27%.

 

Também a Restauração e os Cafés, hoje em grande escala adaptada a um mundo de Delivery e Takeaway apresenta números de quebra significativamente menores, passando de 83% para 60%.

 

Moda, Perfumaria e Cabeleireiros quebraram, neste segundo confinamento, de forma tão ou mais radical, uma vez que foram obrigados a fechar os seus pontos de venda físicos. Agora que as famílias e as empresas estão infraestruturadas para modelos de teletrabalho e ensino remoto e que as casas estão equipadas para serem o palco permanente das vidas quotidianas, Eletrodomésticos & Tecnologia não tiveram o pico de vendas experimentado em março e abril de 2020, verificando-se, pelo contrário, uma quebra de faturação de cerca de 20%.